quinta-feira, 5 de novembro de 2009

quinta-feira, 29 de outubro de 2009

Fisiologia do exercício

► TIPOS DE FIBRA MUSCULAR
Prof. Diéckson dos Santos. CREF 010648-G/RS
Graduado em Educação Física pela ULBRA, com experiência em treinamento desportivo e musculação de alto rendimento e promoção à saúde.

O ser humano é dotado geneticamente de dois tipos básicos de fibra muscular, podendo predominar uma ou outra. A primeira de coloração vermelha, é chamada de Tipo I ou de contração lenta; a segunda, de coloração branca, é chamada de Tipo II ou de contração rápida.

Tipo I – As fibras de contração lenta, também chamadas de oxidativas (aeróbias), por dependerem do oxigênio que respiramos para a sua contração, são menores e mais fracas, com menor poder hipertrófico (aumento da secção transversa do músculo – volume muscular) e taxa de disparo axonal (impulso motor). Porém, possuem alta resistência à fadiga, favorecendo assim atletas de provas do tipo endurance (resistência aeróbia). Ex: Maratona.

Tipo II – Subdivididas em IIa (glicolítica-oxidativa ou intermediárias) e IIb (glicolítica), as fibras de contração rápida, dependentes de carboidrato e daí classificadas como glicolíticas (anaeróbias), são maiores e mais fortes, possuindo um maior poder hipertrófico e taxa de disparo axonal, tendo moderada (IIa) e baixa (IIb) resistência à fadiga, ideal para atletas de velocidade e movimentos explosivos. Ex: 200m rasos e ginástica olímpica.

Um terceiro subtipo de fibra, as do tipo IIc, são mais raras e indefinidas até o início da puberdade. Segundo estudos anteriores e algumas bibliografias, se a criança for submetida a esforços de alta intensidade antes deste período, as fibras IIc se tornarão permanentemente IIa ou IIb, caso contrário serão fibras do tipo I.
As fibras musculares obedecem a uma ordem sincrônica de recrutamento chamada “PRINCÍPIO DO TAMANHO” (Henneman,1979), fazendo com que as fibras vermelhas (menores), sejam contraídas primeiro que as brancas (maiores), porém, movimentos velozes e potentes, que exijam muita força e maior capacidade contrátil, não obedecem a este princípio, recrutando diretamente as fibras de contração rápida, especialmente as do tipo IIb.

BIBLIOGRAFIA RECOMENDADA
DANTAS, Estélio H. M. A prática da preparação física, 5ª edição – Rio de Janeiro: Shape. 2003.
McARDLE, William D.: Fisiologia do exercício: energia, nutrição e desempenho humano. 5. ed. 2003.
WEINECK, Erlangen J. Futebol total: O treinamento físico no futebol. Phorte Editora – Guarulhos, SP. 2000.
UCHIDA, M. C; CHARRO, M. A; BACURAU, R. F. P; NAVARRO, F; PONTES Jr., F. L. Manual de musculação – Uma abordagem teórico-prático do treinamento de força, 4ª edição, 2006.
GUIMARÃES NETO, Waldemar Marques. Musculação: anabolismo total, Guarulhos, SP: Phorte, 1997

terça-feira, 27 de outubro de 2009

segunda-feira, 19 de outubro de 2009

Fisilogia do Exercício: SOBRECARGA

Treinamento
Prof. Diéckson dos Santos. CREF 010648-G/RS
Graduado em Educação Física pela ULBRA, com experiência em treinamento desportivo e musculação.

Pode-se dizer que o principal influenciador do bom rendimento dos atletas, e não atletas, em uma competição, é o tipo de treinamento imposto ao seu organismo.
Além do “PRINCÍPIO DA INDIVIDUALIDADE BIOLÓGICA”, citado anteriormente, que é de origem genética e irá estabelecer o tipo de fibra muscular predominante em cada pessoa e seu conseqüente potencial atlético, outro fator fundamental para se desenvolver um bom condicionamento físico específico, é o “PRINCÍPIO DA SOBRECARGA”.
A sobrecarga consiste na aplicação de estresse ou exigência acima do normal do sistema fisiológico, com conseqüente aumento da força ou função deste sistema por efeito do que chamamos de “SUPERCOMPENSAÇÃO”, que ocorre durante a fase de descanso pós-treino, ficando claro então que a evolução do condicionamento físico não se dá no momento de treinamento, mas sim no período de recuperação, onde os produtos metabólicos depletados (gastos) no treinamento retornam em níveis superiores, como meio de adaptação ao estímulo.
Existem dois tipos de sobrecarga de treinamento. A sobrecarga tensional e a sobrecarga metabólica.
A sobrecarga tensional dá-se pelo aumento da tensão feita pelo músculo. Este tipo de sobrecarga estimula a hipertrofia miofibrilar e a adição de proteínas contráteis (filamentos de actina e miosina) pra dentro da célula, e este é o principal mecanismo para o aumento da força muscular.
Em termos práticos, quanto maior o peso levantado maior é a sobrecarga tensional.
A sobrecarga metabólica se dá ao aumento da rede protéica que envolve o músculo (sarcoplasma), principalmente glicogênio e água, causando o que é chamado de hipertrofia sarcoplasmática. Este tipo de sobrecarga acontece com o aumento do número de repetições ou contrações que é imposto à musculatura, estimulando assim a resistência muscular aeróbia ou anaeróbia, dependendo da intensidade do esforço.
Em termos práticos, quanto maior o número de repetições, maior será a sobrecarga metabólica.
Os dois tipos de sobrecarga atuam sempre juntas, porém, é possível enfatizar uma ou outra em determinado treinamento.


BIBLIOGRAFIA RECOMENDADA
DANTAS, Estélio H. M. A prática da preparação física, 5ª edição – Rio de Janeiro: Shape. 2003.
McARDLE, William D.: Fisiologia do exercício: energia, nutrição e desempenho humano. 5. ed. 2003.
WEINECK, Erlangen J. Futebol total: O treinamento físico no futebol. Phorte Editora – Guarulhos, SP. 2000.
UCHIDA, M. C; CHARRO, M. A; BACURAU, R. F. P; NAVARRO, F; PONTES Jr., F. L. Manual de musculação – Uma abordagem teórico-prático do treinamento de força, 4ª edição, 2006.
GUIMARÃES NETO, Waldemar Marques. Musculação: anabolismo total, Guarulhos, SP: Phorte, 1997.

Artigo Publicado em: www.finalsports.com.br

terça-feira, 6 de outubro de 2009

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Fisilogia do Exercício

> SISTEMAS ENERGÉTICOS
por Diéckson dos Santos

As fibras musculares, por sua vez, irão depender dos sistemas de fornecimento de energia para a formação do ATP (composto químico chamado Adenosina Trifosfato), que é o combustível necessário para a contração muscular e trabalho biológico. Este combustível fica armazenado dentro das células musculares (fibras), sendo capaz de transformar energia química em energia mecânica.
As fibras musculares têm uma quantidade limitada de ATP (cerca de 3-4s de esforço máximo). Após sua depleção (esgotamento), para que a atividade prossiga, é necessário que ocorra a ressíntese do mesmo, pois o ATP é usado e regenerado constantemente.

ATP-CP ou Fosfagênio - Energia imediata

Após a depleção do ATP o fornecimento de energia será atendido pelo sistema anaeróbico alático (sem acúmulo de ácido lático, inibidor da contração muscular), utilizando a CP (creatina fosfato) para a ressíntese do ATP.
A CP é semelhante ao ATP por também possuir uma ligação de alta energia no grupo fosfato, representando a fonte de energia mais rápida a ser usada pela musculatura, por não depender de muitas reações químicas.
A depleção dos estoques intramusculares de Fosfagênio ocorrerá após aproximadamente 10 segundos de exercício extenuante (> 100% do VO2 máx). Este sistema energético predomina em modalidades como 100 m rasos e piques no futebol.
Cada quilograma de músculo esquelético contém de 3 a 8 mmol de ATP e quatro a cinco vezes mais de CP. (Mcardle, Katch F. e Katck V.)

Glicólise Anaeróbia (Ácido Lático)- Energia a curto prazo

A depleção do Fosfagênio fará com que se faça o uso do sistema anaeróbio lático (com acúmulo de ácido lático), para a ressíntese do ATP.
A Glicólise Anaeróbia provoca a quebra incompleta do carboidrato em glicose, podendo ser usado desta forma imediatamente ou armazenado no músculo e no fígado como glicogênio, para uso subseqüente. Quanto maior for a quantidade de glicogênio estocado, maior será a capacidade de resistir a exercícios de alta intensidade.
O acúmulo de ácido lático causará a fadiga muscular, sendo necessário a utilização de oxigênio para fazer a remoção do lactato sanguíneo e conseqüente redução da intensidade do exercício. O fornecimento de energia através da Glicólise anaeróbia cessará após cerca de 1,5 ou 2 minutos de esforço intenso (entre 85 a 100% do VO2 máx.). O sistema glicolítico predomina em modalidades como 400m rasos no atletismo e 100m na natação.

Sistema Aeróbio - Energia a longo prazo

Com o fim da utilização predominante do metabolismo glicolítico (anaeróbio) - que acontece pelo acúmulo de ácido lático e não apenas pela depleção de carboidratos (glicogênio) - só o sistema aeróbio (dependente de O²) será capaz de fornecer o ATP necessário para exercícios de longa duração, já que o ácido lático sanguíneo não alcança níveis muito altos em ritmo estável (steady-state).
A partir dos 20 ou 30 minutos de exercício contínuo, o fornecimento de energia passa a ser feito também pelos ácidos graxos (gordura), começando então a queima de gordura propriamente dita. Essa demora é devida ao grande número de reações químicas que ocorrem durante o exercício aeróbio.
O ATP-CP e a Glicólise anaeróbia também participam no exercício de longa duração, porém só no início do exercício, onde se contrai um débito de oxigênio, antes de se alcançar um novo steady-state. Ao se elevar a intensidade do exercício, os fosfatos de alta energia e a glicólise anaeróbica entram em ação novamente. Os sprints dos maratonistas de elite no fim das provas explicam a reutilização do sistema glicolítico.
Em casos extremos de provas de resistência (dias de corrida), as proteínas podem exercer papel significativo na produção de energia, mas precisam primeiro ser transformadas em aminoácidos para serem absorvidas mais facilmente pelo organismo.

1 MOL de carboidrato é capaz de produzir : 38 ATP
1 MOL de gordura é capaz de produzir : 142 ATP
1 MOL de proteína é capaz de produzir : 15 ATP


Diéckson dos Santos – CREF 010648 – G/RS
Bacharel em Treinamento Físico e Esportes pela Ulbra;
Atua na preparação física de atletas de futebol, musculação e Personal Trainer.